As atividades executadas na seara espírita são realizadas, em sua grande maioria, pelo trabalho voluntário. Onde todos indistintamente, sentem-se chamados a prestar colaboração nos serviços de caridade oferecidos pelas casas espíritas. É indispensável nos alertarmos para as responsabilidades que estamos assumindo, para que não mais procedamos como tantos outros, que mais se assemelham a "turistas"; que agem sem regularidade ou assiduidade, que aparecem para trabalhar quando querem, como se estivessem fazendo um favor ao vir dar uma "mãozinha" no dia em que acham conveniente fazê-lo.
A Doutrina Espírita nos reformulou esses conceitos equivocados, quando nos incita a uma participação responsável, a uma conduta operante e a uma assiduidade que tornará a tarefa passível de ser realizada com êxito. Pede, acima de tudo, que sejamos participativos, executando com prazer as nossas tarefas no auxílio ao necessitado de hoje.
Ser espírita é também ter responsabilidade, pessoal, familiar, social, ser honesto nos propósitos de melhoria interior, procurando tirar proveito de mais esta oportunidade que a misericórdia divina nos está concedendo; de estudar, trabalhar e assumir tarefas, observando o fim útil de laborarmos com empenho no mundo material, visando o nosso retorno à pátria espiritual em melhores condições íntimas do que quando aqui chegamos.
Outrora se acreditou que bastava a boa vontade nos serviços a serem realizados aos desvalidos da sorte, que se encontram em situação de penúria moral ou física, que tudo estaria resolvido. Embora seja a boa vontade, muitas vezes a alavanca que nos impulsiona ao encontro do outro, representando a nossa disposição em servir, para que a semeadura seja proveitosa e a colheita farta, é preciso que o trabalho também de esclarecimento seja sedimentado na qualificação e conhecimento doutrinário.
O trabalhador da Seara Espírita precisa entender que sua participação nas atividades da Casa Espírita que frequenta, não será uma realização apenas em proveito do outro, não será um favor a Deus ,mas e principalmente um favor em seu próprio benefício. É a grande oportunidade de começar o aprendizado de humildade, doação, permuta de experiências,renúncia e qualificação mútua.
Os problemas que aparecem, os atritos que surgem dentro das tarefas das quais participamos, são os espinhos que devemos aprender a transpor de maneira inteligente. Preciso é que estejamos sempre dispostos a reciclar nossos conhecimentos, não nos achando eternamente sabedores de tudo. Entendendo que na vida tudo progride e que o trabalhador, de qualquer atividade, espírita ou não, deve acompanhar a evolução da ciência em franco processo de desenvolvimento.
Precisamos também entender, que as atividades das quais tomamos parte, não são exclusividade nossa e que, por isso mesmo, devemos compartilhar nossas idéias, nossos conhecimentos, com nossos semelhante. Procurando uma convivência pacífica e harmoniosa com nossos irmãos de ideal, contribuindo desse modo para um melhor desenvolvimento do trabalho, visando exclusivamente o êxito a que se destina, ou seja, o atendimento ao carente daquela atividade, seja ela qual for, de cunho material ou espiritual.
Nossa participação equilibrada na convivência com os outros que têm o mesmo objetivo, evitará as lutas pelo poder dentro dessas atividades. Fortalecendo o ambiente vibratório do grupo, oferecendo oportunidade para que todos participem de maneira proveitosa e responsável da estrutura organizacional da Instituição que frequenta. Entendendo que também precisa ser um afiado instrumento nas mãos dos abnegados trabalhadores da espiritualidade superior, alistando-se definitivamente como mais um soldado ativo no batalhão do exército do bem. Nesse aspecto, o estudo, a reflexão, a prece e o comprometimento com a atividade do Cristo tornam-se indispensáveis, para que o tarefeiro, nós, executemos nossas atividades, desde as mais simples, até as mais complexas e específicas, com esmero, competência e alegria.
Vivemos a repetir que a Seara é grande e os trabalhadores são poucos, que diminuto número de tarefeiros executam tarefas de muitos.
Porque isso ainda acontece em nosso Movimento Espírita? O que falta para termos sentimento e ação harmonizados?
O crescimento do Espiritismo no mundo está na dependência do que fizermos com ele. Se o utilizarmos adequadamente, como nos ensinam os imortais da vida maior, por certo mais cedo estaremos recebendo os benefícios de sua implantação no coração do nosso semelhante. Ajudando desta maneira na transformação moral do nosso planeta, para que ele possa galgar o próximo degrau na escala do progresso, alcançando o patamar de planeta de regeneração, a que todos nós tanto almejamos.
Esta deve ser a minha reflexão, a sua e a de todos aqueles que se dizem espíritas.
Rose Bello
Comprometimento e respeito ao companheiro de trabalho... Mas um texto maravilhoso de Rosita!!rss
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