terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Editorial - Dezembro de 2010


Chegamos ao nosso último editorial do ano de 2010.

Com ele, o Natal e o Ano Novo, que nos convidam à uma reflexão.

Estamos a poucos dias do Natal e começa o corre-corre para comprar os presentes, fazer a festa do amigo secreto, o encerramento dos cursos nas casas espíritas. Enfim a confraternização com todos aqueles que, de alguma forma, passaram pelos nossos dias, iluminaram e coloriram nosso ano. O comércio cresce, dispara oferecendo promoções atraentes e todos querem encontrar uma maneira de transmitir, através do material, seus sentimentos natalinos.

Mas, fica a pergunta: onde, em que momento festejamos o nascimento de Jesus Cristo nisso tudo?

Em que momento presenteamos o aniversariante agindo de acordo com os seus preceitos do evangelho? Em que situação colocamos nossos desejos e ambições pessoais à frente de nossas obrigações, como seres humanos, como forma de agradecimento a este Mestre de amor? Em que momento cooperamos com Ele para melhorar o mundo?

As festas de fim de ano são uma época maravilhosa. Podemos nos deleitar com comidas e bebidas das mais diversas origens, mas onde a confraternização e a harmonia entre os que se amam e a tão esperada troca de sentimentos?

Natal não é uma época, nem uma estação, mas um estado da mente, do coração.
Momentos de apreciar a paz e a benevolência. Ser abundante em clemência é ter o real espírito de Natal.

“Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade.”

Para você leitor. Respeito, perseverança, saúde e paz... muita paz!

FELIZ NATAL E UM FELIZ 2011!


Uma simples história de Natal


Patrícia, desde muito novinha, apresentava um jeitinho todo especial para arrumar e decorar uma casa. A sua mãe d. Edite, percebia esta peculiaridade da menina e até a incentivava, permitindo que ela decorasse a casa de acordo com o seu bom gosto.

Quando se aproximavam as festas de fim de ano, Patrícia se esmerava mais e mais, ía além, dando sugestões nas escolhas dos pratos para a ceia e enriquecendo as receitas da mãe com diferentes iguarias.

D. Edite, uma senhora generosa, costumava doar brinquedos e roupinhas para as crianças da creche do bairro. Para ir às lojas e comprar bonecas, bolas e carrinhos, ela contava com a ajuda de Patrícia, mas que se recusava a ir distribuir os mesmos com a criançada.

O tempo passou, Patrícia casou-se e teve lindas gêmeas: Glaucia e Louise. Anos mais tarde, Patrícia começou a mostrar um crescente desinteresse por tudo. Nada lhe despertava o interesse, chegando a algumas vezes a se recusar a sair do quarto, para fazer as refeições.

Certo dia, as gêmeas perguntaram à mãe se poderiam doar uma das bonecas para uma menininha que sempre ficava no portão olhando-as brincar com um olharzinho triste, levando-as a acreditar que ela não tinha com que brincar.

Patrícia ficou um momento pensativa lembrando dos ensinamentos e exemplos da mãe e surpreendeu as meninas apresentando uma solução melhor: iriam juntas comprar brinquedos para outras criancinhas, com menos recursos, já que o Natal estava se aproximando.

No dia seguinte, Patrícia acordou se sentindo mais animada. Levantou-se e colocou uma roupa bem confortável e saiu com as filhas. Mais tarde, retornaram cheias de sacolas. Mas como entregar os presentes?

Resolveram então, preparar um lanche bem gostoso para as crianças que iriam ganhar os brinquedos. Era preciso também decorar o jardim, enfeitando a árvore com bolas e lâmpadas coloridas. Patrícia foi se envolvendo com estes afazeres e deixou de ficar isolada no seu quarto.

A festinha de entrega dos brinquedos foi uma alegria só. Ao término do dia, Patrícia se sentiu cansada, mas muito feliz por ter conseguido, junto com as suas pequenas, proporcionar alegria e um brilho no olhar indescritível naquelas dezenas de crianças. Ela percebeu, graças ao pedido das filhas, o quanto ela podia ser útil e fazer pelo próximo.

Célia Bôa Morte

Nesse Natal


Quero lembrar-me de tudo que já fiz de bom, e quero passar uma “borracha” no passado, nos erros e nas dificuldades.

Quero lembrar somente dos amigos que fiz ao longo desta atual encarnação. Quero continuar guardando-os no mais profundo do meu ser para não esquecê-los jamais como nos ensina Milton Nascimento em sua canção: “Amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito...”

Quando Celinha pediu-me para escrever algo para o nosso jornal, só lembrei de falar sobre os amigos que fiz e continuo fazendo nesta caminhada reencarnatória.

Tem coisa melhor do que amigos? Amigos nos lembram amor em movimento e amparo nos momentos mais difíceis de nossa vida, quando nos sentimos com problemas, com dificuldades, em solidão ou deprimidos.

Aqui, nesta casa de amor e caridade, eu fiz muitos amigos, não cito nomes, porque cometerei enganos e deixarei outros tristes.

Quero ainda desejar a todos os amigos e companheiros que frequentam esta casa um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de paz. Sei que repeti o que se fala sempre, nesta ocasião natalina, mas há sempre um desejo ardente de que aconteça tudo que repeti com essa mensagem.

Um beijo no coração de todos, da companheira,

Dona Zezé




É Natal

É Natal quando observamos a natureza percebendo nela tanta beleza que nenhuma mão humana é capaz de produzir.

É Natal quando conseguimos perceber o pranto alheio e que tantos anseiam que o possamos ouvir.

É Natal quando em nossas preces remetemos nossos pensamentos, em auxílio aqueles que passam por sofrimentos e precisam do nosso alento.

É Natal quando cativamos uma criança no caminho de amor e esperança que melhores dias hão de vir.

É Natal quando tratamos a todos com gentileza esperando com isso ressaltar a fraternidade que deve existir na humanidade.

É Natal quando deixamos de lado o consumismo e estendemos a mão no abismo para resgatar o Natal de Jesus.

É Natal quando enxergamos o caminho da luz que Jesus iluminou, para que nosso trajeto possa alcançar o objetivo do Amor.

Karla Millem


Um presente de Papai Noel


Foi uma grande surpresa para mim, quando na Caravana da Saúde de Natal do ano passado me coube a maravilhosa missão de ser o Papai Noel e distribuir os presentes de natal aos irmãozinhos abrigados nas instituições que são visitadas nesse projeto do Culto Pedro.

Com uma valorosa tropa de ajudantes de Papai Noel, não foi difícil cumprir o magnífico desafio de levar um pouco de alegria aqueles que mais dela necessitam, ainda mais numa época do ano em que as emoções falam mais alto ao coração.

Naquele dia tão especial, a visita a cada local causou uma emoção ímpar. Foi uma lição que recebi no Hospital Manoel Cartucho, diante da resignação com que vários irmãos lá internados suportam tão graves doenças... Deus os ampare!


Após, seguimos para o Asilo Monsenhor Severino, onde os idosos, que eu já costumava visitar mensalmente, nos aguardavam, recebendo-nos com a alegria de sempre, felizes e agradecidos pelas brincadeiras e pelas lembranças que ganharam, relembrando um pouco dos tempos de outrora quando comemoravam tal data no seio de suas famílias.

Naquele dia especial, a última visita ficou reservada para o Hospital psiquiátrico Henrique Roxo, e confesso que foi a mais emocionante para mim, pois os sorrisos espontâneos e sinceros no rosto dos internos demonstravam acreditar realmente que eu fosse o bom velhinho. Suas feições alegres não escondiam a emoção que sentiam com a pureza de uma criança. Foi incrível! Eles realmente acreditam em Papai Noel, rsrsrs!

Bem, queridos irmãos, mais um Natal está chegando, e neste ano de 2010 nossa Caravana da Saúde Especial será no próprio dia 25 de dezembro, e se Deus permitir, e tal honraria me for novamente oferecida, procurarei cumprir com todo amor tal missão que me encheu de alegrias, contando, é claro com a ajuda de meus bravos ajudantes, que também pode ser você, pois todos estão convidados, porque na verdade quem ganha um grande presente somos nós.

Abraços fraternos a todos!

Rubem Millem

Em Tempo! - Acontece no Culto Pedro...

Caravana da Saúde: Uma grande oportunidade de auto-ajuda!

No 4º sábado do mês, às 14h30min, acontece no Culto Pedro a Caravana da Saúde.

Trata-se de grupos de nossa casa que visitam instituições campistas. Atualmente são visitadas a Creche Aconchego, Asilo Monsenhor Severino, Hospital Manuel Cartucho e Hospital Psiquiátrico Henrique Roxo.

Nesta caravana, que a princípio pensamos ser uma doação de nossa parte, é na verdade uma grande oportunidade de auto-ajuda. Retornamos sempre melhores, não porque levamos algo material para alguém ou porque dispusemos de nosso tempo, que julgamos ser tão precioso. Levar e receber atenção e carinho, “ouvidos para ouvir o outro...” São trocas que somente entendemos o valor quando passamos pela experiência.

A caravana nos faz entender o quão gratificante é nos empenharmos, um pouco que seja, em algo realmente importante na vida, que nos enche de paz, bom ânimo e alegria.

Venha fazer parte!

Caravana da Saúde especial de Natal

Saída dia 25/12/10 às 15h.

Todos estão convidados!

Karla Millem


Editorial - Setembro de 2010

“As flores continuam belas e
os jardins cada vez mais floridos”
Pedro Tavares (espírito)

A cada ano, quando setembro se inicia, ouvimos de nosso amigo espiritual esta bela frase acima. Nossos corações parecem vibrar em festa por sentirmos a energia invadir nossos espíritos. Tudo ao nosso redor toma formato de jardins,de flores de todas as cores e parecemos querer enfeitar e contagiar toda a terra... Nosso mural, nossos cartões, nossas músicas, nosso coração ganha um colorido diferente que denominamos como um sentimento pleno que jamais vivenciamos em questões físicas.

Setembro chega novamente, aniversário desta Casa de amor, chamada CULTO PEDRO. Mais um ano se despede de nós nesta Casa querida. Mais um ano se chega com novas oportunidades.

Setembro, mês da primavera, onde as flores estão mais coloridas e seu perfume mais exalante. O Culto Pedro comemora seu 44o aniversário em 14 de setembro de 2010.
Quantas lutas vividas! Quantos amigos conquistados! Quantas dores amenizadas! Quantos desafios enfrentados juntos!

Idas e vindas, reencontros... laços se apertando cada vez mais.

Este é o grande objetivo de Deus para com o Culto Pedro: nos unir, fazer de nós homens melhores. Que possamos cada vez mais agradecer ao Criador por esta oportunidade, através de nosso esforço e transformação.

“Sol de primavera abre as janelas do meu peito. A lição sabemos de cor só nos resta aprender...”


Carta aos amigos


Quando Leo me pediu pra escrever para o Jornal Jovens Ideais, logo criei uma sintonia com o Culto Pedro e fiquei lembrando dos bons momentos que tive na Casa e com todos vocês durante 5 anos. Eu não sei porque, eu e a minha família tivemos e temos que passar por tantas mudanças, mas Campos foi uma cidade muito especial pra nós três.

Mudar de cidade, fazer novas amizades, começar tudo novamente não é nada fácil e, o Culto Pedro nos ajudou muito nessa adaptação. Aí foram muitos momentos felizes ao lado de todos vocês!! Evangelização, com a Tia Irani e a Bibi (comecei com medo da tarefa, mas depois fiquei apaixonada pelas crianças)... Oficina de dança com as meninas (só Aretha e Thatá pra me fazerem dançar e subir em um palco!!)...Caravana da Saúde (mais que especial ao lado da minha Kris, da Tia Soeli e de Kalinde)...e as quintas-feiras? Nossa!! Como foi bom a Tia Ceição me chamar pra trabalhar na biblioteca. Sopas nas quartas-feiras, era maravilhoso. Aí contei com a ajuda de pessoas especiais...Renatinha, Samuel, Leo, Tia Josélia, Munir, Tia Rose...ufa! Tanta gente que não caberia aqui!! E o estudo do evangelho com o Zé?! Saudades demais! Jofre e Demica sempre contando historias lindas e nos fazendo pensar!! Bons momentos de aprendizado e reflexão! Reunião mediúnica com Tia Regina, Tia Clau, Tia Normita (figura demais!!), Tia Ruth, Dona Zezé, Renatinha....Mocidade com todos os jovens...ai que saudade!!

Obrigada pelos momentos bons e pelos aprendizados!! Saudades demais de todos e não esqueçam que... VOCÊS VÃO ESTAR PARA SEMPRE DENTRO DO MEU CORAÇÃO!

Beijos,

Roberta Miranda

Caminho Certo


Nestes 10 anos de Culto Pedro, foram muitas as emoções. Com muita convicção, não vim pela dor, mas sim pela necessidade que sentia de algo mais. Havia em mim uma busca inconsciente por alguma coisa maior.

Entrei na Casa pelo tratamento Espiritual e estou aqui até hoje, graças a Deus.

O meu primeiro grupo de estudo foi o do Evangelho com Conceição Azevedo. E foi aí que se iniciaram as minhas grandes descobertas. Debaixo de muita emoção, percebi que não estava vendo tudo aquilo pela primeira vez, mas recordando coisas, ensinamentos que faziam parte da minha vida e que estavam esquecidos. À medida que o tempo passava, fui me sentindo em casa, acolhida e amada. E assim fui me integrando nas diversas tarefas. Sem com isso me descuidar dos estudos, como o Livro dos Espíritos, com a nossa querida Eliete e, paralelamente, as obras de André Luiz, com a nossa querida Claudete e ainda, aos sábados, Reforma Íntima sem Martírio, com Ruth. E por aí, vamos cuidando de alargar nossos conhecimentos, porque sabendo que é através do conhecimento da verdade que nos libertaremos, sigo em frente tentando vencer os desafios que me aparecem.

Outro grande desafio foi fazer parte da oficina de teatro, onde juntos, em equipe, conseguimos levar aos palcos do Teatro de Bolso e do Trianon “Um Cotidiano Chamado Família”, com a direção, apoio, paciência e desprendimento de nossa grande Rose.

Pensando eu que já estava de bom tamanho, e que já pudesse respirar aliviada com o dever cumprido, eis que surge um novo desafio: fazer uma palestra sobre Chico Xavier.

Houve neste período, momentos de pânico e recuo, outros de determinação e coragem, e nessa alternância de sentimentos, consegui montar o estudo, com ajuda de algumas companheiras e realizei a palestra, graças a Deus.

Hoje, refletindo sobre tudo isso, percebo que na verdade, recebi um grande presente de Deus. Aprendi a conhecer a fundo o nosso querido Chico, aprendendo a amá-lo e tê-lo como exemplo, pois ele foi para nós, enquanto aqui esteve, a humildade. A sua vida, o seu jeito de ser, as suas lutas enternecem a todos nós.

Companheiros, nestes 10 anos de Culto Pedro, eu consegui combater em mim um pouco dos meus medos, da acomodação, do desânimo e da tristeza. E adquiri mais confiança, mais coragem, mais alegria e, principalmente, aprendi a aceitar aquilo que não podemos mudar. Isso tudo me faz lembrar de uma passagem em que Emmanuel fala para Chico “o bem que fazemos é o nosso bem”. E que, quando damos, recebemos muito mais. Talvez seja esse o motivo que me faz ter uma preferência toda especial por duas tarefas da Casa, que mais me tocam o coração – o passe no João Viana e a Caravana da Saúde, no quarto sábado de cada mês. O que sentimos ao retornar destas tarefas é indescritível. Isso me dá a certeza que estou no caminho certo.

Edma Magalhães

Viver um dia por vez


Nos últimos tempos, vimos buscando uma compreensão ainda mais profunda de nós mesmos e, consequentemente, de cada alma que, de alguma forma, se aproxima de nós.

Nessa jornada evolutiva, vamos descobrindo com maior lucidez, uma verdade que pode ser boa (ou não), dependendo da forma como lidamos com ela. Afinal de contas, cada dia é uma pequena vida.

Cada situação é uma encruzilhada. Cada passo é uma escolha que pode mudar toda a nossa vida. Talvez seja exatamente por isso que é tão difícil nos mantermos fiéis aos sentimentos que mais desejamos experimentar: alegria, auto-estima, gentileza e por que não, o amor...

Um passo vacilante... e tudo se modifica. O que era amor, pode se transformar em ciúme, egoísmo, raiva, medo. O que era alegria, em dúvida, desesperança, tristeza. O que era auto-estima, em insegurança, agressividade e dor. O que era gentileza, em intolerância, desistência e arrogância.

Uma atitude, uma escolha... e tudo pode mudar! E isso nos faz lembrar da máxima: “Orai e vigiai”. Quando oramos e pedimos o que desejamos, entramos em estado de humildade, receptividade, esperança, mas é necessário que estejamos em estado de vigilância constante.
Somos passionais, motivados por reações. Ainda não aprendemos a ponderar. Reagimos automaticamente a partir de crenças limitantes, de preconceitos e defesas internas. Reagimos, e este é o problema, precisamos começar a agir. Cada passo precisa ser uma ação consciente, lúcida. E para que isso se torne possível, só há uma maneira: treino, prática e repetição... dia após dia, até que se torne hábito.

Só podemos destruir um velho hábito, que já não nos interessa, se no lugar dele construirmos um novo, que revele uma nova direção, um novo caminho.

Os sentimentos difíceis continuarão dentro da gente, mas em vez de reagirmos a partir deles, podemos decidir por uma nova ação ou silenciar, até que consigamos encontrar dentro nós uma maneira de agir diante dos velhos sentimentos.

E assim, de vida em vida, um dia de cada vez, desejando todos nós acordar amanhã mais positivos do que somos hoje.

Norma Sueli

Ouvindo o Coração


Quem de nós não lembra de ter recebido o seguinte conselho: “Você deve ouvir o seu coração.” E como isso parece fácil, não? Afinal, o coração é o nosso e está batendo firme em nosso peito. Mas na prática isso não é tão fácil e, muitas vezes nossas angústias crescem e nos sufocam, porque deixamos de ouvir nosso coração, ou até desaprendemos mesmo...

Essa escuta é muito importante para nós! É por ele que Deus nos fala e tal escuta precisa ser diária e consciente... senão, acabamos por preencher nossa vida apenas com impulsos racionais e vazios que, com o tempo, nos fazem estranhar a nós mesmos e, consequentemente, nos levam a perder nossa identidade e nossa alegria de viver.

Coração ouvido, mente sã e alegria no viver! Como isso nos faz bem! Esse é um bom caminho para seguir, pois nos proporciona auto-estima elevada, conhecimento de nós mesmos e segurança em nossas decisões diárias...

Decidir o melhor para nós é uma busca incessante, que nos é oferecida por meio de nosso livre-arbítrio. E como saber o que é o melhor? Onde buscar tal informação? Tal certeza? Resposta: Em nosso coração.

Nosso conhecimento da vida eterna; dos reajustes necessários, porém ignorados temporariamente e nossas oportunidades diárias de praticar o bem, de auxiliar um irmão e de vivenciar o Evangelho de Jesus nos fazem muito mais responsáveis pelo nosso crescimento; nos colocam à frente do espelho de nossa consciência e nos incitam a buscar uma relação contínua e intensa entre mente e coração, para que mais tarde possamos olhar para trás e nos reconhecermos como humanos imperfeitos, lutando pela felicidade e pela vivência do amor puro e fraterno que Jesus nos exemplificou.

Sigamos então firmes e confiantes, entendendo que ser feliz dá trabalho e que é preciso começar logo e com muita vontade, pois nosso tempo neste mundo passa rápido e precisa ser muito aproveitado para o bem. É isso que nosso Pai celestial e nosso Irmão maior esperam de nós.

Leo Lopes

Em Tempo! - Passeio no Imbé


Desde o início, não contávamos que nosso passeio fosse fazer tanto sucesso. Domingão, sete da manhã em frente ao Grupo, tempo nublado e muito frio. Tudo parecia desanimador, mas para surpresa de todos, os dois ônibus saíram lotados! Estávamos todos lá e muito animados.

Como prevista, a viagem foi muito agradável até aquele paraíso. Muitos já nos aguardavam lá, inclusive nossa querida anfitriã Eleonora. E assim a confraternização começou: café da manhã repleto de amigos, muito bate papo, um friozinho agradável, a natureza exuberante e uma leve garoa pra nos manter bem próximos uns dos outros. Que oportunidade!

Decidimos caminhar pela estrada até a beira da cachoeira. E sabe quem nos acompanhou? Dona Helena! Superou vários obstáculos e nos mostrou que se realmente quisermos algo, somos capazes de alcançar. Parabéns, Dona Helena, e muito obrigado pela lição!

Pra fechar bem o dia, tivemos um almoço delicioso com churrasco, uma música animada ao som do acordeon de Ronaldo, muitos jogos e mais bate-papo pra matar a saudade.

Esse foi nosso passeio ao Imbé. Num belo domingo de agosto e num sítio muito especial aos nossos corações. Que possamos voltar muitas outras vezes neste mesmo clima de união, companheirismo e cooperação.

Leo Lopes

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Editorial - Junho de 2010

"Pode-se considerar por missão a Paternidade? É, sem contestação possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo grandíssimo dever e que envolve,mais do que o que pensa o homem,a sua responsabilidade quanto ao futuro." Allan Kardec

Falar de Pai é falar de responsabilidade. A figura paterna é de imensa importância na educação dos filhos.

Não somente na preocupação de dar-lhes alimento, vestuário, lazer, escola, conforto, mas especialmente na dedicação em colocar-lhes no coração os sentimentos e virtudes que os orientarão e lhes iluminarão os caminhos.

Isso não significa que os pais devam realizar uma incrível “mágica” e transformar seus filhos em “anjos”. O que Jesus pede é que sejam dedicados e esforçados. Não é importante dar “shows” de virtudes paternais, e sim que os filhos deixem a vida física enriquecidos espiritual e moralmente.

Quando os pais hão feito tudo o que devem pelo adiantamento moral de seus filhos, se não alcançam êxito, não têm que inculpar a si mesmos e podem conservar a consciência tranquila.” Santo Agostinho

Para os pais espíritas o grau de compromisso aumenta, tendo em vista os ricos e inestimáveis materiais que trazem em mãos: A DOUTRINA ESPÍRITA E O EVANGELHO. Com horizontes descerrados pelo espiritismo e uma visão ampliada pelo evangelho, dilatada de realidade espiritual, a educação ganha dimensões mais profundas, as possibilidades de acerto se multiplicam. Pai, seus objetivos são: desenvolver caráter, noções religiosas, exemplificação e amor.

Ao homenageado deste mês deixamos uma reflexão.

Pais, sejam os tradutores de Jesus junto aos seus filhos, iluminando-os pelo evangelho, e educando-os com segurança e convicção.

Pai, a você nosso abraço!


A árdua missão de ser Pai.


Logo quando reencarnamos, estamos desprovidos de tudo e portanto precisamos que alguém nos conduza, nos ensine os primeiros passos, nos apresente a vida.

Assim que adquirimos uma certa consciência, precisamos de alguém para termos como modelo, como exemplo.

Quando chegamos à adolescência, percebemos que o nosso herói da infância, possui falhas, muitas falhas, e nos rebelamos com isso.

Quando alcançamos a fase adulta, percebemos que nós também temos falhas, muitas falhas, com isso nos tornamos solidários com os nossos genitores.

Somente quando também nos tornamos pais, é que vamos perceber que nada disso importa. O que realmente importa é o amor incondicional que eles têm por nós, que é o mesmo que temos por nossos filhos. Isso faz com que tenhamos uma admiração infinita pela figura paterna.

“... Pai, você foi meu herói meu bandido. Hoje é mais, muito mais que um amigo. Nem você nem ninguém tá sozinho. Você faz parte deste caminho, que hoje eu sigo em paz...”

Murilo Bôa Morte

Chico Xavier e o Espiritismo


Alvo de muitas especulações por parte da mídia, Chico Xavier decidiu se preservar. Foram 20 anos, sem qualquer contato com a imprensa. O silêncio foi rompido em 1971, quando o médium mineiro apareceu ao vivo no programa de entrevistas Pinga-Fogo, da extinta TV Tupi. Foi um marco. A audiência chegou a 85% dos televisores ligados, a maior na história da televisão brasileira. Até os dias de hoje, nenhum programa conseguiu superar.

A primeira entrevista foi ao ar no dia 28 de julho de 1971. O recorde inesperado de audiência levou a produção do Pinga-Fogo a repetir a dose. Logo em 20 de dezembro, lá estava Chico Xavier de novo, no centro das atenções e bombardeado por perguntas sobre os mais diversos temas e elaboradas por uma gama de entrevistadores bem diversa: católicos, judeus, ateus, espíritas, pastores evangélicos e jornalistas. Perguntas polêmicas foram feitas, e Chico Xavier teve resposta surpreendente para cada uma delas. O médium mineiro falou de reencarnação, sexo, catolicismo, aborto, bebês de proveta, cirurgia plástica, homossexualidade. A todo momento, Chico lembrava que o seu mentor espiritual, Emmanuel, estava ali, presente, assistindo a tudo e ajudando. Diante das perguntas mais polêmicas, recorria ao guia com frases como: “Emmanuel, que está presente, pede para mencionar...”. No segundo Pinga-Fogo, depois de exaustivamente bombardeado por perguntas durante duas horas e 45 minutos, um último pedido: Que ele mandasse uma mensagem para os brasileiros. Em frente a dezenas de folhas de papel em branco, Chico colocou a mão na cabeça, como sempre fazia ao psicografar, e, folha após folha, foi construindo um texto. Em poucos instantes, surgiu uma longa mensagem assinada por Cyro Costa, ex-poeta e ex-integrante da Academia Paulista de Letras. Todos ficaram boquiabertos. Seria humanamente impossível escrever um texto de tamanha complexidade naqueles poucos minutos. Chico Xavier foi aplaudido de pé pelo público que assistia ao programa no estúdio.

Dois de Abril de 2010, Chico Xavier volta à mídia tendo sua vida como motivo de reflexão. Recorde novamente, agora de bilheteria.

Francisco Candido Xavier. O Chico Xavier ou simplesmente o Cisco, como ele costumava se definir.

Qual o objetivo deste momento para o espiritismo?

Obrigada Chico Xavier!

Rose Bello

Entrevista


José Carlos, o senhor foi escolhido pelo Jovens Ideais, para ser o Pai entrevistado nesta edição, escolhido por ser pai e avô na vida real e por ser pai também na ficção (Um Cotidiano Chamado Família).


JI- Penso que você nem sempre foi espírita, estou certa? Então, após o conhecimento espírita você teve uma postura diferente como Pai?

R. Sim. Os ensinamentos espíritas que registrei me deram o equilíbrio para que eu entendesse o que é ser Pai, não apenas na matéria, mas sobretudo no espírito.

JI- Na sua opinião o que é ser Pai?

R. Ser pai é receber com profundo amor aquele ser tão esperado, tão amado. É ter a responsabilidade de orientar o filho levando ao seu conhecimento o sentido do amor fraterno, do respeito mútuo e ensinando-lhe a combater as injustiças e o egoísmo, e não apenas por palavras mas agindo para que se materialize o ensinamento aplicado.

JI- A propósito são quantos filhos?

R. São cinco ao todo, 4 filhas e 1 filho.

JI- É tarefa fácil educar um filho para o mundo?

R. Cada Filho é um livro, onde os pais são os autores e através de exemplos edificantes lança-o no mundo na esperança de se tornar um best-seller. Educação e instrução são responsabilidades dos pais, entretanto, muitos pais se voltam para os filhos como se fossem investimentos, quando pensam tão somente na educação e instrução para atingir metas materiais e muitas vezes não levam a estes a maior orientação que o pai pode deixar para os filhos: Que a matéria é efêmera mas o espírito é eterno, e que só levaremos para o plano espiritual os atos que praticarmos. Cabe ao Pai orientar e ensinar o filho a distinguir o trigo do joio.

JI- Você aprende muito com os seus filhos?

R. E como tenho aprendido! Lições de amor, lições de compreensão, lições de altruísmo, enfim, lições de vida.

JI- Quais os valores que um Pai deve passar para os filhos?

R- Respeito, que deve ter para consigo e para com os outros; Justiça, para não cometer atos injustos mas muitas vezes legais; Verdade, mesmo não conhecendo-a absolutamente ainda, mas aplicando sempre a verdade relativa que está junto de nós; Existem ainda outros valores que devem ser ensinados que são: o altruísmo, a tolerância, a paciência e outros mais.

JI- Qual o momento mais marcante na sua trajetória de Pai?

R. Foram muitos momentos marcantes: O nascimento de cada um deles e as descobertas de que dois deles são deficientes visuais, o que no princípio me abalou profundamente. Hoje agradeço à Deus e a esta doutrina que eu professo e que me mostrou caminhos que me levaram ao equilíbrio e a compreensão.

JI- O que você diria para um jovem pai e que experiência você passaria?

R. Que devem amar o filho com profundidade, respeitando e orientando-o sempre e nunca fazendo com que ele venha a temê-lo.

JI- Como foi para você ser um Pai na ficção?

R. O convívio com todos aqueles que participaram da peça me mostrou um carinho, um afeto, um respeito que se formou nesta equipe onde todos tem o condão de ouvir e melhorar o seu desempenho. Outrossim, quero também deixar lavrado que as pessoas que formaram àquela família, mãe e filhos estão inseridos na minha mente e no meu coração como se fossem verdadeiros parentes pelos laços da consangüinidade.

JI- O que você responderia hoje se lhe fosse perguntado: “que fizestes com os filhos que lhes confiei?”

R. Que procurei e procuro levar aos filhos exemplos de probidade, de honestidade, moralidade e transparência, de amor e de não julgar sem antes não se colocar na posição do outro de não ser soberbo e cultivar a simplicidade e de ser justos.

Jovens Ideais e José Carlos

Em Tempo! - Bingo 2010

No mês passado, tivemos o nosso bingo. Atividade que já faz parte do calendário de eventos do Culto Pedro.

Foi um momento de grande descontração, no qual todos os presentes, certamente, se divertiram bastante. Tudo era motivo de risos e brincadeiras saudáveis. Todos aproveitaram a chance para bater-papo com um e outro, já que, nem sempre, isto é possível no intervalo entre uma tarefa e outra.

Grande foi o número de companheiros que aceitou o convite e esteve presente colaborando, não só com a casa, mas principalmente propiciando que a tarde fosse bem legal.

Fomos recebidos carinhosamente com biscoitinhos apetitosos e variados sucos e refrigerantes.

Como diz uma companheira da casa: ”o ganho só é verdadeiro quando todos ganham.” É assim que eu vejo o nosso bingo. Todos que participaram do evento saíram vencedores pela tarde agradável que passamos.

Maria Célia Bôa Morte

Em Tempo! - Livraria Dr. Gustavo

Nossa feira do livro espírita, realizada em abril último, em comemoração ao aniversário da doutrina espírita, foi um sucesso.

Agradecemos a você, que participou conosco desse investimento e, esperamos que o material adquirido seja de grande utilidade no seu processo evolutivo.

A leitura é tão necessária como os alimentos que ingerimos. É preciso ler todos os dias. Ler alimenta o espírito, para que este vivifique o corpo com a energia indispensável ao pleno aproveitamento da VIDA.

O Espírito Verdade, em O Evangelho segundo o Espiritismo, nos convoca a nos amarmos e a nos instruirmos.

A livraria da Nossa Casa convida a todos para uma nova visita. Temos disponíveis novos títulos, CD´s (música), um prazo solidário para o pagamento e muita alegria no atendimento. Aceitamos encomendas! Temos ainda uma novidade: Nossos livros usados estão todos à venda pelo preço unitário de R$2,00. Aguardamos você.

Claudete Saraiva

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Editorial - Março de 2010

Palavras de Mãe

“Sua Mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser.” (João 2,5)


Maio, mês de luz. Comemorativo às mães, às mulheres, a todos aqueles que trazem no ser o espírito da maternidade, do acolhimento, da ternura, da cumplicidade. Pairam no ar as mais belas vibrações de Amor. Nada mais adequado para representar este mês que Ela, a doce, a suave Mãe de Jesus, Maria de Nazaré.

Examinemos suas preciosas palavras em Caná, cheias de sabedoria e amor materno. O conhecido mandamento de Maria de Nazaré.

O episódio ocorre numa festa de bodas, mas podemos aproveitar-lhe a sublime expressão simbólica nos dias vividos de nosso hoje.

Também estamos nós numa festa de noivado com o evangelho. São vinte séculos decorridos e ainda é clima de experiências entre nós, porquanto não se verificou ainda a perfeita comunhão, a união, o casamento.

Neste grande concerto de idéias renovadoras, somos serventes. Em muitas ocasiões, esgota-se o vinho da esperança, do ânimo, sentimo-nos tristes, desiludidos, deprimidos... imploramos então a ternura maternal e eis que Maria nos abraça e diz :Fazei tudo quanto ele vos disser.

O conselho é sábio, é profundo, é balsâmico. Foi exposto para nos direcionar a vontade, a persistência, para nos indicar caminhos.

Diante de tantas dores sobre nossas cabeças e corações, perante tantos conflitos, a função misericordiosa de Maria é suavizar nossos sofrimentos, é nos aconchegar no seu manto constelado com seu carinho fraternal, é nos oferecer o trabalho do amor incessante.

Escutando semelhante advertência de Maria, meditemos se realmente estamos fazendo tudo quanto o Mestre nos disse.

G.E. Culto Pedro

Chico Xavier e a Mística Espírita: um brevíssimo comentário


Hoje em dia, quando ouvimos a palavra “mística”, logo pensamos se tratar de alguma forma de esoterismo, principalmente aquelas formas mais vulgarizadas deste, que prometendo soluções mágicas, são vendidos em qualquer esquina como mero adorno da vida. Em geral, associamos a palavra “mística” ao termo pejorativo “misticismo”, o que por seu lado, se relacionaria à superstição entre outros. No entanto, para além deste sentido relacionado ao esoterismo, seja ele o esoterismo mais vulgar ou mesmo as correntes mais elaboradas e dignas de nosso respeito, há um sentido mais profundo do termo “Mística”, e é sobre este que quero aqui tratar.

Em linhas bem gerais, nos podemos dizer que a Mística é um determinado caminho para se encontrar Deus, ou melhor, um caminho para percebê-lo. E a característica principal deste caminho, o qual marcou a experiência da religiosidade oriental, é o fato deste buscar “driblar” a razão (sem negá-la) e estabelecer um contato imediato, direto com Deus, enfim, senti-lo.

O que nós poderíamos chamar, apenas alegoricamente, como o caminho oposto ao da Mística, sem com isso estabelecer qualquer hierarquia sobre qual é o melhor, é o caminho do racionalismo religioso, o qual predominou no ocidente. Nós ocidentais, herdeiros da tradição judaica, sempre buscamos interpretar racionalmente os “atos” de Deus e o próprio Deus. Nesta tendência, criamos teologias e uns tantos outros sistemas de pensamento e normas racionais para a conduta da nossa ação no mundo, as quais pudessem nos aproximar de Deus. Assim, estabelecemos um contato com Ele, não direto e imediato, mas sim, indireto e mediado pela razão.

Vale lembrar também que, para o racionalismo, tudo que não é racional, só pode ser o seu oposto, ou seja, irracional, e na maioria das vezes, esse “irracional” é interpretado como o que provêm do “mundo dos instintos”, do nosso primitivismo. No entanto, há uma “terceira margem do rio”, que, mesmo não sendo racional, não é o seu oposto irracional ligado aos instintos, mas sim é um caminho supra-racional, aquele que como falamos “dribla” a razão sem negá-la, que é o caminho da mística.

Apesar de a tendência racionalista ter predominado no ocidente, e a Mística no oriente, não quer dizer que não tenha havido racionalismo no oriente e nem Mística no ocidente. No ocidente, é conhecido por muitos uma longa tradição da Mística Cristã. Nesta tradição destacam-se nomes como Santa Teresa de Ávila, São João da Cruz, Santa Hidelgarda (Hildegard Von Bingen), Mestre Eckhart, Francisco de Assis entre outros.

O Espiritismo, nascido no ocidente pelas mãos de Kardec (não podemos chamá-lo de criador do espiritismo, mas soa bem chamá-lo de parteiro), surge mergulhado na tradição do racionalismo ocidental e se orientará predominantemente por ele. Para o espiritismo, tal como Kardec nos apresentou, a razão é o faculdade humana mais competente para se alcançar a iluminação espiritual, esta que pode ser entendida como o caminho da evolução, ou o caminho do encontro com Deus. Porém, assim como no racionalismo religioso do ocidente houve brechas nas quais a mística penetrou, acredito que, Chico Xavier represente esta brecha de Mística no espiritismo.

Com isso não quero dizer que Chico seja um homem só da Mística, mas tão somente que havia nele também este vertente bem desenvolvida, e isso aparecia desde em pequenas frases, como também, e principalmente, na sua postura ante ao mundo. Uma frase marcante é resposta que Chico dá quando é perguntado sobre a imagem de “Nossa Senhora” que tinha em sua cabeceira. O que poderia parecer uma “Heresia” na ortodoxia espírita se desmanchou como nuvens ante a simplicidade de Chico. Ele respondeu que aquela era a Fé que ele tinha herdado e aprendido com sua mãe, e que não tinha o menor desejo de perdê-la. Nisto, ele apresenta a Fé como um meio poderoso que nos leva a Deus, e que deve ser preservado e cultivado, sem que com isso se pergunte por sua “razão”. Nesta frase de Chico não há nenhuma justificativa racional para esta sua Fé, ela é apresentada como tendo valor em si mesma.

Por outro lado, a maneira como creio que o Chico interpretava o papel da “Caridade”, muito tem a ver com o caminho da mística franciscana. Aos olhos apenas do racionalismo, a “Caridade” só pode ter dois significados: (1) quando é praticada, visa acabar com a pobreza, e o sofrimento em geral, como isso é impossível para um indivíduo ou pequeno grupo, gera ansiedade e conseguintemente sofrimento; (2) quando é ela criticada, o racionalista só enxerga na “caridade” assistencialismo barato, e ou exploração religiosa dos pobres, estes últimos que seriam apenas um meio para outros chegaram à salvação. No entanto, aos olhos da mística da pobreza, a “caridade” é um meio de se aproximar dos pobres, de sua simplicidade, e através dela se aproximar do Cristo. Neste sentido, a caridade passa a ter valor nela mesma, sem se preocupar arrogantemente com seus resultados para os outros, mas se torna tão somente um exercício místico do amor. Quando multidões buscavam um pão ou uma nota de cruzeiro dada por Chico Xavier, não estava ali uma forma de acabar com o sofrimento dos pobres, mas tão somente, uma forma de se aproximar do Cristo misticamente, através da simplicidade da pobreza. Por isso, vejo Chico Xavier como um continuador da mística da pobreza franciscana.

Imagino, que cada espírita ou qualquer outro cristão, que alguma vez participou de alguma atividade beneficente, entenda perfeitamente estas minhas palavras. Todos tinham a ciência que aquela sopa, aquele pão ou aquela atividade feita, era um alívio deveras diminuto para a necessidade daqueles que recebiam, mas faziam com que todos sentissem o Cristo mais perto de si.

Brand Arenari

Aos tarefeiros Espíritas

As atividades executadas na seara espírita são realizadas, em sua grande maioria, pelo trabalho voluntário. Onde todos indistintamente, sentem-se chamados a prestar colaboração nos serviços de caridade oferecidos pelas casas espíritas. É indispensável nos alertarmos para as responsabilidades que estamos assumindo, para que não mais procedamos como tantos outros, que mais se assemelham a "turistas"; que agem sem regularidade ou assiduidade, que aparecem para trabalhar quando querem, como se estivessem fazendo um favor ao vir dar uma "mãozinha" no dia em que acham conveniente fazê-lo.

A Doutrina Espírita nos reformulou esses conceitos equivocados, quando nos incita a uma participação responsável, a uma conduta operante e a uma assiduidade que tornará a tarefa passível de ser realizada com êxito. Pede, acima de tudo, que sejamos participativos, executando com prazer as nossas tarefas no auxílio ao necessitado de hoje.

Ser espírita é também ter responsabilidade, pessoal, familiar, social, ser honesto nos propósitos de melhoria interior, procurando tirar proveito de mais esta oportunidade que a misericórdia divina nos está concedendo; de estudar, trabalhar e assumir tarefas, observando o fim útil de laborarmos com empenho no mundo material, visando o nosso retorno à pátria espiritual em melhores condições íntimas do que quando aqui chegamos.

Outrora se acreditou que bastava a boa vontade nos serviços a serem realizados aos desvalidos da sorte, que se encontram em situação de penúria moral ou física, que tudo estaria resolvido. Embora seja a boa vontade, muitas vezes a alavanca que nos impulsiona ao encontro do outro, representando a nossa disposição em servir, para que a semeadura seja proveitosa e a colheita farta, é preciso que o trabalho também de esclarecimento seja sedimentado na qualificação e conhecimento doutrinário.

O trabalhador da Seara Espírita precisa entender que sua participação nas atividades da Casa Espírita que frequenta, não será uma realização apenas em proveito do outro, não será um favor a Deus ,mas e principalmente um favor em seu próprio benefício. É a grande oportunidade de começar o aprendizado de humildade, doação, permuta de experiências,renúncia e qualificação mútua.

Os problemas que aparecem, os atritos que surgem dentro das tarefas das quais participamos, são os espinhos que devemos aprender a transpor de maneira inteligente. Preciso é que estejamos sempre dispostos a reciclar nossos conhecimentos, não nos achando eternamente sabedores de tudo. Entendendo que na vida tudo progride e que o trabalhador, de qualquer atividade, espírita ou não, deve acompanhar a evolução da ciência em franco processo de desenvolvimento.

Precisamos também entender, que as atividades das quais tomamos parte, não são exclusividade nossa e que, por isso mesmo, devemos compartilhar nossas idéias, nossos conhecimentos, com nossos semelhante. Procurando uma convivência pacífica e harmoniosa com nossos irmãos de ideal, contribuindo desse modo para um melhor desenvolvimento do trabalho, visando exclusivamente o êxito a que se destina, ou seja, o atendimento ao carente daquela atividade, seja ela qual for, de cunho material ou espiritual.

Nossa participação equilibrada na convivência com os outros que têm o mesmo objetivo, evitará as lutas pelo poder dentro dessas atividades. Fortalecendo o ambiente vibratório do grupo, oferecendo oportunidade para que todos participem de maneira proveitosa e responsável da estrutura organizacional da Instituição que frequenta. Entendendo que também precisa ser um afiado instrumento nas mãos dos abnegados trabalhadores da espiritualidade superior, alistando-se definitivamente como mais um soldado ativo no batalhão do exército do bem. Nesse aspecto, o estudo, a reflexão, a prece e o comprometimento com a atividade do Cristo tornam-se indispensáveis, para que o tarefeiro, nós, executemos nossas atividades, desde as mais simples, até as mais complexas e específicas, com esmero, competência e alegria.

Vivemos a repetir que a Seara é grande e os trabalhadores são poucos, que diminuto número de tarefeiros executam tarefas de muitos.

Porque isso ainda acontece em nosso Movimento Espírita? O que falta para termos sentimento e ação harmonizados?

O crescimento do Espiritismo no mundo está na dependência do que fizermos com ele. Se o utilizarmos adequadamente, como nos ensinam os imortais da vida maior, por certo mais cedo estaremos recebendo os benefícios de sua implantação no coração do nosso semelhante. Ajudando desta maneira na transformação moral do nosso planeta, para que ele possa galgar o próximo degrau na escala do progresso, alcançando o patamar de planeta de regeneração, a que todos nós tanto almejamos.

Esta deve ser a minha reflexão, a sua e a de todos aqueles que se dizem espíritas.

Rose Bello

Em Tempo! - E como foram as férias?

O Jovens Ideais sugeriu caridade e vigilância, além de oferecer algumas dicas para o melhor aproveitamento do período de férias. Agora é tempo de avaliar.
Entre a palavra do Cristo de que Ele e o Pai trabalham incessantemente; o exemplo do governador de “Nosso Lar”, que nunca tira férias e pouco dorme e a grande maioria, que se ilude que a vida é uma grande colônia de férias, o que têm sido férias para nós?
Quem sabe um momento de repensar nosso dia a dia, reorganizá-lo e reafirmá-lo como programa evolutivo.

Claudete Saraiva

Em Tempo! - Planejamento 2010

E ao término do dia de trabalho, o Mestre reunia os discípulos na casa de Pedro e, a partir de um tema proposto, refletiam acerca de si mesmos, conheciam-se melhor e fortaleciam seus laços de afeto, mediados pela Sua doce palavra. Isso é estudo em grupo: acesso a informações, autoconhecimento e fraternidade. Conforme Ele nos afirmou que quando dois ou mais se reunissem em Seu nome, Ele estaria presente, o livro é a presença do Mestre. Nesse mês de março, estamos iniciando o estudo de um novo livro da série André Luiz – NO MUNDO MAIOR – todas 2ª feiras às 19h30min, no salão de reuniões públicas. Inclua no seu planejamento 2010 um grupo de estudos. Nossa casa oferece várias opções de livros e diversos horários. Informe-se e participe.

Claudete Saraiva