terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Uma simples história de Natal


Patrícia, desde muito novinha, apresentava um jeitinho todo especial para arrumar e decorar uma casa. A sua mãe d. Edite, percebia esta peculiaridade da menina e até a incentivava, permitindo que ela decorasse a casa de acordo com o seu bom gosto.

Quando se aproximavam as festas de fim de ano, Patrícia se esmerava mais e mais, ía além, dando sugestões nas escolhas dos pratos para a ceia e enriquecendo as receitas da mãe com diferentes iguarias.

D. Edite, uma senhora generosa, costumava doar brinquedos e roupinhas para as crianças da creche do bairro. Para ir às lojas e comprar bonecas, bolas e carrinhos, ela contava com a ajuda de Patrícia, mas que se recusava a ir distribuir os mesmos com a criançada.

O tempo passou, Patrícia casou-se e teve lindas gêmeas: Glaucia e Louise. Anos mais tarde, Patrícia começou a mostrar um crescente desinteresse por tudo. Nada lhe despertava o interesse, chegando a algumas vezes a se recusar a sair do quarto, para fazer as refeições.

Certo dia, as gêmeas perguntaram à mãe se poderiam doar uma das bonecas para uma menininha que sempre ficava no portão olhando-as brincar com um olharzinho triste, levando-as a acreditar que ela não tinha com que brincar.

Patrícia ficou um momento pensativa lembrando dos ensinamentos e exemplos da mãe e surpreendeu as meninas apresentando uma solução melhor: iriam juntas comprar brinquedos para outras criancinhas, com menos recursos, já que o Natal estava se aproximando.

No dia seguinte, Patrícia acordou se sentindo mais animada. Levantou-se e colocou uma roupa bem confortável e saiu com as filhas. Mais tarde, retornaram cheias de sacolas. Mas como entregar os presentes?

Resolveram então, preparar um lanche bem gostoso para as crianças que iriam ganhar os brinquedos. Era preciso também decorar o jardim, enfeitando a árvore com bolas e lâmpadas coloridas. Patrícia foi se envolvendo com estes afazeres e deixou de ficar isolada no seu quarto.

A festinha de entrega dos brinquedos foi uma alegria só. Ao término do dia, Patrícia se sentiu cansada, mas muito feliz por ter conseguido, junto com as suas pequenas, proporcionar alegria e um brilho no olhar indescritível naquelas dezenas de crianças. Ela percebeu, graças ao pedido das filhas, o quanto ela podia ser útil e fazer pelo próximo.

Célia Bôa Morte

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