sábado, 16 de abril de 2011

Em Casa...

Quarta-feira 18h, eis a rotina normal de nossas vidas, saindo do trabalho indo para casa. Rotina normal fazer compras, pagar contas, depois vamos para casa.

Ah, em casa no conforto do meu lar, ler, estudar, tomar aquele banho, enfim na segurança de minha casa.

Tudo parece perfeito nesta rotina resumida, mas se olhássemos com mais atenção nas entrelinhas da linha do nosso tempo, veríamos que em alguns momentos de nossa vida passamos por pessoas nas calçadas, ruas, becos e tantos outros lugares. São andarilhos, drogaditos, alcoólatras, doentes mentais... Mas isso não vemos, pois o nosso foco é a manutenção do conforto de nosso lar, de estarmos em casa.

Mas se olhássemos com um pouco de mais cuidado veríamos olhos perdidos. Olhos que não cruzam com os nossos, pois sempre miram o chão. Olhos que sempre se encontram na indiferença dos nossos. Estão onde os nossos não respeitam, na sarjeta.

Porém alheios a esta indiferença jardineiros de Pedro, diretos ou indiretos foram adubar em outros terrenos.

Alguns jardineiros resolveram então levar o adubo de Pedro a estes que mais nada tem. Neste ato de aproximação surgiu a oportunidade de um jantar no jardim de Pedro.

Era um sábado quente de Dezembro, dia 19, os preparativos já se iam desde semanas antes, roupas para doar, bijuterias paras as mulheres, brinquedos para as crianças, agasalhos para os mais idosos, comida a ser preparada.

No sábado de manhã o exército de jardineiros já estava a postos, preparando aquele que seria um dos jantares mais inesquecíveis de muitos naquela noite.

Salão arrumado, sessenta lugares distintos, mesas enfeitadas com arranjos de maestria poesia, músicos a postos, trabalhadores nervosos, jardineiros angustiados. E uma só pergunta:

- Será que eles vêm?”

Vieram!

E o que se viu em diante foi uma noite de felicidades, olhos vibrantes, corações alegres, olhos que olhavam uns a favor dos outros, olhos que agradeciam a oportunidade de estar ali. Olhos que se sentiam novos, alimentados, olhos que se viam confortados, acolhidos.

Assim foi a noite de 19 de dezembro de 2010 no Culto Pedro. Recebemos boa parte dos moradores de rua que sempre bem tratados por alguns jardineiros de Pedro atenderam o convite do Mestre.

Mas há uma frase que define o que aconteceu naquela noite, dito por um morador de rua.

“-Estou em casa.”

Que Jesus nos abençoe.

Samuel Rocha


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