sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Pequeno relato do trabalho com as nossas companheiras inscritas


Em 1984, conheci o trabalho com as mulheres no Culto Pedro. Na então Rua Ouvídio Manhães, era ministrada, a um número de mulheres, uma palestra com base no Evangelho e distribuição de alimentos.
Em 1986 , já na Avenida Alberto Lamego, além de um espaço maior, tínhamos atendimento médico e doação de remédios. Passamos a ter também recursos de gêneros alimentícios através de cadastro das famílias representadas pelas mães que aqui eram inscritas. Distribuíamos mensalmente cotas de alimentos de acordo com o número de filhos menores. As crianças também eram inscritas no trabalho de evangelização da infância e adolescentes.

Surgiu também o convênio do ticket do leite, que era distribuído às famílias. Nesta época, era difícil recebê-las na Casa, pois eram bastante deseducadas e agressivas umas com as outras. Precisávamos de retaguarda para atendê-las. Éramos responsáveis pela distribuição dos alimentos e dos tickets do leite, e elas precisavam assinar um documento da entrega e ficávamos incomodadas, pois a maioria precisava “assinar” com o polegar por não saberem escrever. Então falei com a Tia Jô como gostaria de vê-las escrever e ela me confessou que era o seu sonho também alfabetizá-las.

Quando Dr. Renato Moretto assumiu a presidência da Casa, o trabalho foi entregue a Carmem Célia Moretto, que inovou. Além do estudo do evangelho e distribuição de alimentos, as inscritas passaram a ter palestras sobre saúde e cuidados. Ela criou os grupos de oficinas, onde as mulheres aprendiam pintura em tecidos, costura, bordado, crochê e tricô. Tínhamos então companheiras como Luzia (bordado/marca), Laura (pintura), Rosalina (tricô) e Helena (costura). Carmem Célia também criou um grupo de produção de toalhas de prato, que eram vendidas e o dinheiro era divido entre elas. Mais tarde, após o desencarne de Jocilda, Carmem Célia assumiu a Diretoria Doutrinária e Eliete assumiu o trabalho com as mulheres.

Em 1992, Odila Mansur realizou o sonho da Tia Jô, criando o trabalho de alfabetização, no qual elas aprendiam a ler e melhorar seus conhecimentos com base no evangelho. Este trabalho permanece até hoje.
Neste meio tempo, também já foram criados outros tipos de trabalho, como aulas de culinária.

Atualmente, além de participarem dos seminários de nossa Casa, vemos se desenvolver nelas, uma maior socialização, através do trabalho de Vera e Tininha. Numa festa linda (Festa da Primavera), elas protagonizaram o trabalho, emocionando os corações, na matéria e fora dela. Fazendo-nos ver o que o evangelho nos aponta: que não há diferença entre elas e os outros frequentadores da Instituição. A diferença é a oportunidade, e isto, vemos em ciclos que se fecham, através do trabalho de cada época, realizado por pessoas diferentes, se completando para atender a um projeto espiritual de um grupo de pessoas encarnadas e desencarnadas, que se comprometeram a trabalhar, em nome do Cristo Jesus, uns pelos outros.

Parabéns a todos que fazem parte desse projeto! Os que aqui ainda estão e aqueles que já se foram.

Ruth Azevedo

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