Em boa parte do século XX pareceu que a ciência não deu muita bola para o espiritismo. O sucesso da cética psicologia freudiana, aliado a um afastamento da religião nos debates públicos, colocaram o espiritismo em segundo plano nos debates científicos. Sua esfera de ação ficou muito restrita à da religião propriamente dita. No entanto, parece que estes ventos têm mudado no século XXI. Mesmo longe de ter o papel de destaque imaginado por Kardec, o espiritismo vem se tornando objeto de pesquisa das mais diversas ciências, desde as tradicionalmente interessadas no espiritismo, como a psiquiatria e a psicologia, como também outras ciências humanas e mesmo a física.
Na psicologia, as novas perspectivas alternativas margeiam em muito várias temáticas espíritas, com destaque para a psicologia transpessoal e as técnicas de tratamento através de regressão de vidas passadas. Isso se deve em grande parte, ao sucesso de alguns teóricos da psicologia, os quais não têm uma imagem exageradamente negativa em relação à religião, como é o caso do austríaco Carl Gustav Jung. E por outro lado, o sucesso do psiquiatra americano Brian Weiss.
Já na psiquiatria, existem hoje institutos de pesquisa em importantes universidades do país devotados a entender a mediunidade, como o já famoso no espiritismo Dr, Sergio Filipe da USP, que estuda a glândula pineal e mediunidade, e o Dr. Alexander Moreira da Universidade Federal de Juiz de Fora, que estuda as relações entre a saúde psíquica e a mediunidade.
Nas ciências humanas no Brasil, pouco se estudava sobre o espiritismo. De importante mesmo, só um livro do Procópio Camargo, famoso professor da USP, que escreveu sobre religiões mediúnicas, englobando assim o espiritismo e as demais religiões afro-brasileiras. Mas no século XXI têm se aberto várias novas frentes de estudo do espiritismo nas ciências sociais, tendo a pesquisadora Dra. Sandra Jaqueline Stoll um papel importante, com proveitosas análises sobre o movimento espírita.
Sem dúvida, o século XXI não representa apenas uma virada na contagem do tempo, mas também na maneira com nós interpretamos o mundo, abrindo assim novas portas de conhecimento, em que parece que as temáticas religiosas voltam a ter algum destaque.
Brand Arenari
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