De modo geral, quando recorrem às Casas Espíritas, trazem o pensamento preconcebido de que todos os seus problemas serão ali resolvidos, como por encanto. Julgam que, pelo fato de buscarem auxílio espiritual, se verão imediatamente livres de todos os males. Passando de imediato toda a responsabilidade de seu tratamento para os espíritos e para os espíritas. Fazem como quem traz um grande e pesado fardo, que alijam de seus próprios ombros, na tentativa de entregá-lo totalmente aos mentores e médiuns.
E, aos primeiros sinais de que seus problemas não estão sendo resolvidos com a presteza que imaginavam, desiludem-se e vão buscar ajuda em outra parte, acusando a Casa e os espíritos de “fracos”.
Por isso procuramos em nossa casa, estar sempre informando aos que chegam, o quanto a sua participação é fundamental, residindo nisso quase toda a possibilidade de êxito.
É preciso termos consciência de que os espíritos não realizam milagres e que a doença, na maioria das vezes, é resultado de uma vida mal direcionada, de ações e pensamentos empregados invigilantemente.
No livro Plenitude, Joanna de Angelis nos orienta dizendo que a doença é resultado do desequilíbrio energético do corpo em razão da fragilidade emocional do espírito. Os vírus, as bactérias e os demais micro-organismos devastadores não são responsáveis pela doença, porquanto eles se nutrem das células quando se instalam nas áreas em que a energia se debilita. E que a conduta moral e mental dos homens, quando cultivam as emoções de irritabilidade, do ódio, do ciúme, do rancor, etc..., impregna o organismo, o sistema nervoso, com vibrações deletérias que bloqueiam áreas por onde espraia a energia saudável, abrindo campo para a instalação das enfermidades, graças à proliferação dos agentes viróticos degenerativos que ali se instalam.
Concluímos assim que, se não mudarmos nossa postura diante dos problemas que enfrentamos, não haverá tratamento que resolva.
O paciente precisa entender que é importante a mudança íntima. Por isso é sempre recomendado que participem de grupos de estudos, das palestras públicas, de uma tarefa, pois a mente deve ser estar ocupada com leituras edificantes e as mãos, com o trabalho no bem. E que o perdão, a indulgência e a caridade que Jesus tanto nos recomendou são as nossas principais profilaxias.
Um antigo ditado greco-latino já nos dizia: “mente sã, corpo são”. Isso exprime uma verdade, portanto a transformação moral nos trará o equilíbrio físico e mental.
Importante entendermos que o Tratamento Espiritual é muito sério, e não podemos recorrer a ele por qualquer motivo, pois há dificuldades que podemos resolver freqüentando regularmente os estudos, as palestras e o passe após a reunião pública. Por isso é importante estarmos sempre nos questionando: será que este problema é um caso para o tratamento espiritual? Será que posso resolvê-lo com preces e estudo? O que realmente espero receber com este tratamento? São perguntas simples, mas que precisam ser refletidas, pois muitas vezes queremos fazer dos Mentores Espirituais nossos “gurus”. Recorremos a Eles esperando que falem dos nossos problemas e nos digam o que devemos fazer. Os Espíritos são muito ocupados para se submeterem aos nossos caprichos. Eles nos orientam sim, mas deixam a escolha em nossas mãos, pois onde estaria o mérito do acerto se nos dissessem o que fazer?
Um fator importantíssimo é entendermos que há problemas que apesar de todo cuidado e atenção não poderão ser eliminados de nossas vidas. São as doenças que nos chegam, para as quais não haverá a cura tão desejada. O tratamento neste caso, nos trará fortalecimento e entendimento espiritual para enfrentarmos a problemática. A doença funciona como nossa carta de alforria de um comprometimento perante a lei divina, que está sendo expurgado através da dor.
Portanto nosso papel perante os companheiros que estão no Tratamento Espiritual é esclarecê-los, informá-los para poderem aproveitar corretamente esta benção que Deus permite que seja realizada em nossa Casa em benefício de uma multidão de seres encarnados e desencarnados. E nós, que fazemos parte desta Casa, precisamos ajudá-la, vibrando por ela e por seu corpo de tarefeiros, para que estejam sempre sendo orientados pelo Cristo Jesus.
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