Medo de gostar e sentir

Ei você! Por que está triste? O que te impede de ver a grande beleza da vida a cada lindo alvorecer? Está assustado? Tem medo de quê? Ao olharmos um espelho e dispararmos tais questões, perceberemos que algumas respostas virão a nossa mente e talvez descubramos que somos medrosos sim, medrosos demais, e é justamente isto que nos impede de alcançar a alegria de viver e a felicidade sonhada.

Para vivermos, buscamos continuamente o alimento necessário para uma existência saudável, porém este alimento não se limita somente ao material que ingerimos para nutrir nosso corpo, mas principalmente o alimento de nossas almas, e este tipo de alimento só encontramos quando nos sentimos amados, queridos e bem alimentados de afeto. A afetividade é o principal nutriente para nossas almas. 

Inúmeras vezes esquecemos que somos incondicionalmente amados por Deus e o quanto isso nos alimenta a alma. Em meio a tal esquecimento nos passamos por vítimas e reféns do mundo e de nós mesmos. Outras vezes somos nós que nos contemos e evitamos demonstrar e assumir o nosso sentimento. Temos um verdadeiro pavor de nos sentir rejeitados e não correspondidos. Cobramos reciprocidade e esquecemos que o verdadeiro significado da frase “é dando que se recebe” é em verdade a grande satisfação e alegria que recebemos num simples ato ou gesto de doação.

Vivemos numa sociedade onde fomos educados desde pequenos a nos sentir inferiores, a atender as vontades dos adultos, e com isto, depois de algum tempo, passamos a não mais acreditar em nós mesmos e no enorme potencial de sermos felizes e de nos permitirmos sentir, amar, gostar e sermos amados, valorizados e desejados. Chegamos a não nos sentir merecedores de afeto e com isto nossos dias se tornam cinzas e frios. Assim, agimos de forma covarde, nos privando de expressar o afeto e carinho que sentimos pelos outros, esquecendo que, paradoxalmente, na matemática do amor, quanto mais se dá mais se tem.

E então? Até quando vamos ficar esperando para expressar o que sentimos? Quanto tempo mais ficaremos com medo de trocar sentimentos?

Vamos ensaiando o nosso lado emotivo para que junto do lado racional possamos alcançar e desenvolver um vôo mais pleno e alto na direção de nossa felicidade e de um mundo mais humano e fraterno.

Leo Lopes