segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Educação para o autoamor


Nos tempos atuais, comum se tornou a busca ardente pela felicidade e a necessidade de convencer ao público que nos cerca de que somos muito felizes, amamos da melhor forma possível e que somos muito amados. Com isto muitas vezes perdemos a referência de amor que nos impulsiona ao crescimento moral e espiritual, entregando-nos aos prazeres imediatos e à satisfação de nossas vontades ou dos desejos dos outros que nos cercam, a fim de nos sentirmos amados por eles.

No livro Escutando Sentimentos, Ermance Dufaux nos esclarece sobre o que, para a grande maioria de nós, é o maior desafio da presente encarnação: aprender a amar a si mesmo. Num primeiro contato com tal informação, muitos de nós tende a acreditar que tal assunto não nos envolve ou parece já estar dominado em nossas vidas. Porém será num momento de perda, dúvida ou desafio, que realmente entenderemos o quão frágil ainda é o nosso amor próprio.

Jesus, em seu mandamento maior para a humanidade, recomendou que amássemos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Tal recomendação, por mais simples que nos pareça, estabelece como referência e fundamento principal para amar ao próximo, o amor que devemos encontrar e nutrir por nós mesmos. Não conseguiremos verdadeiramente amar alguém se não aprendermos a nos amar como somos. Cada um de nós traz inúmeros potenciais adormecidos e uma enorme vontade de amar e ser amado. Trazemos também diversos defeitos e vícios, que nos prendem ao passado de erros e desacertos. Estes, de uma forma não acomodada, precisam ser aceitos e trabalhados em nossa vivência do dia-a-dia, para que possamos encontrar o equilíbrio necessário e, então os transformarmos em oportunidades de aprendizado e crescimento perante nosso Pai criador. Por maior que tenha sido o nosso comprometimento negativo perante a vida, a sociedade ou mesmo alguém, Deus está sempre de braços abertos, nos oportunizando novas chances de reajustes, com seu amor incondicional e ilimitado. Como um pai, Ele entende o limite de seus filhos e aguarda pacientemente que estes se esforcem mais para conquistar os tesouros dos céus.

O aprendizado do autoamor se dá a cada dia, a cada atitude e começa com nosso esforço íntimo de nos conhecermos, nos aceitarmos tal como somos, de não nos criticarmos, de sermos gentis, pacientes e tolerantes conosco mesmos, de nos presentearmos diariamente com momentos de satisfação pessoal e harmonização com o universo. Amar é uma lição para a eternidade, porém com tamanha importância que precisamos começar já.

Observemos a primeira carta de Paulo aos Coríntios e reflitamos qual a nossa referência de amor atual. Meditemos ainda sobre quanto esforço temos envidado no exercício contínuo e diário de autoamor. Desta forma abriremos nosso coração para um enorme fluxo de amor e caridade para conosco, com a vida e com todos ao redor, reascendendo nossa chama, calor e luz interior. Somos tais como brasas, que quando sopradas por Jesus, fornecem a energia da vida necessária ao nosso próprio sustento e ao amparo de muitos, mas que se nos deixamos apagar, distantes do sopro motivador do Mestre, tão somente espalharemos cinzas frias no ambiente em que nos encontrarmos.

Leo Lopes


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